sábado, 25 de junho de 2011

Uma Doce Mentira


A comédia romântica Uma Doce Mentira, de Pierre Salvadori, conta a história de Emilie (Audrey Tautou), uma cabeleireira (e empresária) que, ao tentar arrumar a vida amorosa de sua mãe, envolve-se numa divertida confusão conduzida por ótimos atores.

Jean (Sami Bouajila) é o zelador do salão de beleza de Emilie e alimenta uma paixão platônica por ela. Um dia ele toma coragem, escreve uma carta de amor anônima e a envia para Emilie. Mas ela simplesmente joga a carta no lixo, sob o olhar atento e decepcionado de Jean.

Depois de encontrar-se com sua mãe, Maddy (Nathalie Baye), que ainda não superou o divórcio e alimenta certo sentimento pelo ex-marido, Emilie decide enviar-lhe a carta anônima para animá-la. O problema é que Maddy se apaixona pelo homem misterioso e o que antes era tristeza pela saudade do marido, torna-se uma angústia devido à espera de uma nova carta de seu admirador secreto.

A situação de Emilie se complica quando Maddy vê Jean colocando uma carta na sua caixa de correio. A carta, de teor altamente erótico, foi na verdade escrita por Emilie, no intuito de manter sua mentira. Maddy segue Jean até o cabeleireiro (destaque aqui para a bela fotografia de Gilles Henry) e então Emilie tem de confessar todo seu plano a Jean, pedindo inclusive que ele marque um encontro romântico com sua mãe.

Ao longo do filme, a personalidade egocêntrica de Emilie é dissecada e exposta ao espectador, pois, embora tente ajudar a mãe, percebemos que o fim dessa atitude é na verdade sua própria paz. Mas o que poderia dar um tom pesado à trama é sobrepujado pelas situações hilárias em que os personagens se envolvem. Destaque para Stéphanie Lagarde, que representa a personagem Sylvia e apenas com o olhar constrói cenas engraçadíssimas.

São muitos os desencontros dos personagens e em muitos momentos as mentiras de Emilie e Jean estão prestes a ser desmascaradas, mas o roteiro competente assinado por Benoît Graffin e pelo próprio diretor conduz a história de maneira que se torna plausível e em nenhum momento maçante, pois souberam dosar o drama, a comédia e o romance na mesma história.

O final extremamente previsível, que em outros filmes seria um defeito, neste coroa uma bela produção, que se apresenta como uma comédia romântica simples e assim se cumpre, sem falta ou sobra.

Filipe Teixeira

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